domingo, 24 de junho de 2007

Olhos de Mar

Peço-te:
nunca me prives do mar de ternura
que banha teu olhar
e manso umedece o meu
a não ser
para beijar-me
e ondularmos juntos.

Vazio de não Star

Desenrolar o viço deitado no dorso e dizer-lhe sobre isso antes que escureça. O preceito que traz por dentro a fantasia sábia, o farfalhar calado num pedestal – pequenos e ingênuos vincos – seus pueris pensamentos, completar alguma coisa, tornado-a inteira, perfeita ou imperfeita, porém, tão preciosa quanto encontrar novamente o delicioso esplendor das transparências, de ser-lhe mais uma dançarina.

domingo, 17 de junho de 2007

Simbologias do Eu

Quando sinto a superfície corroer-me
Corro às raízes
Da árvore.

Quando o vento ameaça arrastar-me
Colo-me ao caule
Da árvore.

Quando tudo está obscuro
Subo e repouso a asfixia no lume dos galhos
Da árvore.

E, quando tudo é fechado e fixo
Afasto os invólucros na fragrância das flores
Da árvore.

E, quando me parece tudo tão igual e insípido
Eis que me é ofertada a polpa e a doçura dos frutos
Da árvore.

E, quando errônea ou sábia julgo perdido ânimo
Tenho nova semente
Da árvore.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Talvez por que eu não tenha aprendido a ser só

Enclausuro-me acabrunhada
quando me pega aquela sensação de desamparo.
E, fico assim por senti-la
e, sinto-a mais por lembrar-me
de como a senti
pela primeira vez,
e, mais ainda sinto-a
por temer que possa não ser a última.

Reparo no tanto de mãos desocupadas
desfilando a meu lado.
Nenhuma se me estende,
e se...aceitar?

Sigo só
mas não de todo,
tenho meu olhar e meus ouvidos
para me distrair.

A mente apressada conserta-me:
“há sempre anjos a teu lado”.
Abrando-me,
conforto-me de estar bem
e poder continuar a caminho de casa.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Então Seria, Eu

O ar cheio de esplendor,
o bem-estar, um outro par de reis magos ou
um dia feliz de trabalho – normal, em pleno final de noite
entre plumas e amizades – a bem-aventurança
como parte de um todo, reconhecida na paisagem.

Sim, este grande dia se faz assim, azul e permeável,
como um pequeno arbusto, um rio calmo
que reflete humildemente as realidades túrgidas
da sua investida matinal,
como ali onde já sumira boa parte do que pudera engendrar.

Um augúrio orquestrado na rota de um pássaro migratório.