domingo, 11 de junho de 2017

Bradha

Bradha
Era linda como o canto dos pássaros refletido nos rios. Deliciava-se no calor das tardes em que lhe coube a doçura de um invólucro sem imperfeições. Era mais que o silvo sedento de um ser conflituoso, como naquele dia em que ousou confiar num sentido esquerdo, terna como os anjos que, displicentemente, lhe sopravam segredos que lhe escorriam do rosto feito um poema recém-nascido. Ela não se pertencia. Não tocava a realidade com o porquê buscado, e o buscado porquê de haver chorado um mar sendo apenas uma gota agudizada.


E ali deitar outra impossibilidade, outra tolice impensada. “Superar menina. Superar. Que a vida é dos saberes e não”. Ela não lavou os cabelos. Protegeu os ouvidos com o improviso – o ar frio tem lá seus caprichos, o frio artificial é ruim como tudo o que é artificial. Por vezes o conforto gera o seu oposto. Há que saber do inconsciente das poses e das posses. A natureza não aceita interferências ou excessos sem cobrar a conta. Inércia foi tudo o que lhe restou naquele não dia. Era uma mulher de sorte. Afinal, delgada é a linha entro o acerto e o tropeço. 

A partir do original publicado em:

sábado, 10 de junho de 2017

Do que o círculo ouve

Rosa Oceânica - Arte By Tere Tavares

Do que o circulo ouve

Elbiah não deixa nunca de finalizar a frase antes que o sono chegue.  Na sincronia do mar, sua alma navega como uma canoa subtraída que, talvez, pouse numa praia inóspita e resgate uma aurora a descer com sonhos e impaciências no compasso em que dançam as ondas. Como se esperasse acostumada à ausência, Elbiah agarra-se no sargaço que escurece a orla, suporta maresias e ventos como um carinho gestado impregnando a pele das pedras. No engodo de suspender-se, deixa-se ficar com o fervor dos veleiros esquecidos, chamados uma mulher de sorte ou desejos ou cavalos de ébano: “não me furtei de ser-te o sonho infuso nem de sonhar-te. Chegarei a tempo de roçar as chuvas e aclarar-me nos teus gestos”.
(Originalmente publicado na revista "Escritoras Suicidas" de Outubro/2016
http://www.escritorassuicidas.com.br/edicao52_4.htm#teretavares52

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Universidade Estadual de Maringá - Tere Tavares - Centro de documentação de literatura de autoria feminina paranaense.

Universidade Estadual de Maringá - Centro de documentação de literatura de autoria feminina paranaense.
A UEM, desenvolve estudos e registros de obras de Escritoras Paranaenses, num projeto ousado e inovador. Parabenizo à Instituição, à coordenação e às diversas colaboradoras que, com esse magnífico trabalho dão visibilidade e valoração às diversas Autoras de livros do Paraná de todos os gêneros literários .
Congratulo-me com todos e agradeço a honra de estar incluída nesse projeto.
A quem se interessar sobre o assunto, acessem direto do portal da UEM os diversos links abaixo que trazem nome, obras, alguns textos das autoras, dentre outros detalhes importantes.