terça-feira, 23 de julho de 2019

Campos errantes concorre ao prêmio Oceanos

Uma alegria imensa constar entre os concorrentes ao prêmio Oceanos com meu livro de contos Campos errantes. Agradecimentos à editora Penalux, SP, e a todos que me acompanham nessa bela seara da Literatura.


Os livros participantes foram inscritos por 314 diferentes editoras. Neste ano, as publicações independentes, com edição do próprio autor, somam 49 livros e representam 3,3% do total das inscrições.
Concorrem ao prêmio autores de 11 diferentes origens. Dentre os países de língua portuguesa, temos, do continente africano, quatro angolanos (todos publicados em Portugal); dois cabo-verdianos (um publicado em Cabo Verde e um em Portugal); nove moçambicanos (sete publicados em Moçambique, dois em Portugal) e um autor de São Tomé e Príncipe (publicado em Portugal). De Portugal, foram inscritos 145 autores e, do Brasil, 1.300.
Há ainda livros publicados em cinco países cujo idioma oficial não é o português: Alemanha (com 2 livros); EUA (com 4); Irlanda (2); Ilhas Maurícias (2) e Holanda (1).
Dentre as categorias avaliadas pelo Oceanos, poesia – com 690 livros – corresponde a 47% das inscrições. Os romances somam 446 obras e representam 30,4% do total; os livros de contos – 225 inscrições – perfazem 15,4%, seguidos por 82 volumes de crônicas (5,6%) e 24 obras de dramaturgia (1,6%).
Cada jurado tem acesso, via sistema, aos livros que lhe cabem ler e avaliar – de modo que cada obra inscrita tenha três avaliações, por diferentes jurados. Os livros analisados tem uma marca-d’água Oceanos com o nome do jurado que deve ler e avaliar a referida obra. Os PDFs enviados nas inscrições tem acesso restrito aos jurados e aos curadores do prêmio.
Conheçam no link todas as obras de todas as categorias que estão concorrendo:
https://portal-assets.icnetworks.org/uploads/attachment/file/99980/Oceanos-2019-Inscri%C3%A7%C3%B5es-V%C3%A1lidas.pdf

segunda-feira, 22 de julho de 2019

Do que o círculo ouve

Arte: Tere Tavares

Elbiah não deixa nunca de finalizar a frase antes que o sono chegue.  Na sincronia do mar sua alma navega como uma canoa subtraída que talvez pouse numa praia inóspita e resgate uma aurora a descer com sonhos e impaciências no compasso em que dançam as ondas. Como se esperasse acostumada à ausência Elbiah agarra-se no sargaço que escurece a orla suporta maresias e ventos como um carinho gestado impregnando a pele das pedras. No engodo de suspender-se deixa-se ficar com o fervor dos veleiros esquecidos chamados uma mulher de sorte ou desejos ou cavalos de ébano. Não me furtei de ser-te o sonho infuso nem de sonhar-te. Chegarei a tempo de roçar as chuvas e aclarar-me nos teus gestos.

Tere Tavares
Na ternura das horas- ensaios- 2017