quarta-feira, 24 de março de 2010

ordenanças

foram as lágrimas
escaladas
que reconstruíram os meus olhos
de ausência e silêncio
de não obscurecer o tempo
que, ingrato, nubla de ansiedade a minha alma.
 
de que me valem os dias sem a obra-prima
deslizando do que não vê?
o esmero de haver a cor mais sublime
se é isento o céu que me vive?
 
encontro o vazio em toda a plenitude
e não tento, senão em vão
e insana, reencontrar-me em sua lição
isuportavelmente perfeita.
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domingo, 7 de março de 2010

Para cada momento uma palavra


As formas de grafar o tempo:
este canto infinito
que detém o comando,
este Deus que,
em cada partícula,
imprime a sua marca.

Eu o vejo nesta bela colina
antes mesmo de ser mencionado.
Observo a graciosidade
que se desprende da sua plenitude
como se pudesse sujeitar à razão
o que é isto.

E é um juízo final que não chega
e chega com verbos e rubores,
ou a tal ponto cede ao delírio,
que esta mínima parte
deste Deus que me habita
tem livre expressão
e me guia docemente.


  • Foto- Pombo -TT