Consigo inventar a partir do que sinto
Se não, o que sinto?
Penso que a ficção serve em demasia a quem quer se descobrir, e, se tudo não será o início de tudo ou a sua continuidade inacabada.
E eu, alma autocrítica que permite somente a visão das frestas, o subterfúgio imperfeito no pouco que transporto para o papel, sou igualmente falha, sou a fraude menos enganosa, o fingimento menos mentiroso.
Talvez o único personagem válido seja aquele com a existência em toda a realidade de não existir. Não tenho Pedros, Marias, Alexandres, Joanas, nem Josés.
Com o que digo e entendo de mim, das coisas, reservo algumas mensagens que apresentam um ser meu ou de outrem – supostamente nascido.
De verdade – e aqui a melhor morada de poder confiar sem receio de não haver compreensão – gosto da indômita procura, do escuro que cria espaços para deflagrar a luz, dos arredores que conduzem o centro.
do livro "Meus outros" 2007- Tere Tavares
Severina Etelvina Silva
Raquel Gallego
Tere Tavares é uma honra ler seus textos e ter-te em minha vida. Se a alma caminhante se deixa encontrar o coração prepara a morada para os viajantes.
Raquel Gallego
Si...Tere, buscadora indomable!!!! Tus hallazgos son el regalo que le haces al mundo.
Francisco Da Cunha
Francisco Da Cunha
No seu texto, denso de subjetividades, Tere, ficcional ou mesmo poético ou poético-ficcional, a escrita literária me lembra por vezes, um poema de Fernando Pessoa, ou seja, uma afirmação é contrastada por um negação, como nas aporias, no luz e sombra, no céu e no inferno, mas é uma narrativa, neste caso aqui, de viés metalinguístico, na qual fala o narrador da própria forma de se exprimir, de fazer literatura com ideias, num diapasão que vai de um extremo a outro do mundo do pensamento interior e dos sentimentos íntimos indevassáveis do personagem. Mas, sem citar nomes de personagens, segundo assinala o texto, cria-se, destarte, no corpo do enunciado, uma multidão de caminhos, de atalhos, com notas autorais, ou mesmo autobiográficas filtradas pela criatividade da narrativa que jamais dará ao leitor o pulo do gato, porque, se o fizer , o texto se revela e, desta maneira, , se livra daquilo que é bem precioso na ficção: as ambiguidades, quer nas ideias ou pensamentos de quem narra, quer no desafio que o crítico vai encontrar para o deslinde da complexidade própria da ficção contemporânea.
Ana Júlia Machado
Ana Júlia Machado
Sublime...divinalmente escrito e tão real. Leva a refletir sobre a vida que por vezes é tão sombria.
Maria Lucia Kleinhans Pereira
Parabéns
.Maria Lucia Kleinhans Pereira
Você encanta.
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Agradecimentos infinitos deixo aqui tributados.
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Agradecimentos infinitos deixo aqui tributados.