Quando sinto a superfície corroer-me
Corro às raízes
Da árvore.
Quando o vento ameaça arrastar-me
Colo-me ao caule
Da árvore.
Quando tudo está obscuro
Subo e repouso a asfixia no lume dos galhos
Da árvore.
E, quando tudo é fechado e fixo
Afasto os invólucros na fragrância das flores
Da árvore.
E, quando me parece tudo tão igual e insípido
Eis que me é ofertada a polpa e a doçura dos frutos
Da árvore.
E, quando errônea ou sábia julgo perdido ânimo
Tenho nova semente
Da árvore.
Um comentário:
Com cada uma de suas partes presente numa estrofe (interessantemente segundo a ordem usual em que vinham enumeradas nos antigos compêndios didáticos do meu tempo de escolar), a sua árvore simbológica é completa, desde a raiz até a semente.
E que árvore eloqüente, Terê!
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