
Não me pertenço.
Penso ser deste mundo
pressupondo que outro mundo
não exista além deste.
O que tenho é o espaço onde estou.
Onde estou sou o que tenho,
(tenho?) a mim mesma quando muito,
o café escuro que bebo.
Este pouco de mim
é tudo o que aparento e sinto.
Estabelecer não me cabe
e se me cabe não estabeleço.
Estabelecer não me cabe
e se me cabe não estabeleço.
Desenho: Olhares de flores-TT
19 comentários:
Tere,
Ser, ter, estar, sentir.
Sentir e se estabelecer.
No fim das contas, ser unida e divisivel não me parece incoerente.
"Este pouco de mim", que Você aparenta e sente, é cálido como "o café escuro" que bebe.
Lindo.
Luiz Ramos
TEre
O espaço de existir é aquilo que somos e aquilo que desejamos ser.
o Importante é saber de si.
Lindo como sempre!! beijos..
não sei se sou desse mundo, mas penso que tenho pelo menos meu próprio corpo - mesmo que frágil.. ou talvez eu tenha somente a idéia de que o possuo e nem este tenho.. e, se não o tenho, possivelmente eu não seja nada, ou, seja um "eu-não", não eu
Lindo poema
Terê:
Este poema me traz a mente, duas coisas que, aparentemente, se contradizem.
A suavidade da visão zen e sua máxima de estar presente em cada ato, em cada momento, de que tudo que nos cerca é impermanente e que só temos o momento presente.
E a música alegre "Besta é tu", dos Novos Baianos que diz: "por que não viver/não viver neste mundo/ por que não viver/já que não há outro mundo...
E a vivência intensa do momento pode, sim, ser zen e prazerosa.
Por que não?
Beijão.
Ricardo Mainieri
As amáveis palavras que você utilizou para se circunscrever, descobriram (?) o inefável, o indescritível. Ficou-me a sensação de ser um sonho de alguém que dormia ou alguém que sonhava que estava a dormir. Belo e sem estabelecer nada.
Beijos.
Tao bem dito para aqueles saudosos idos que perdura até hoje este texto inspirado como tantos que o seguiram desde lá e antes mesmo. Muito bom de ler, puro prazer.
Beijos
"estabelecer não me cabe
e se me cabe não estabeleço"
gostaria de repetir e repetir e repetir esses dois versos, como se o poema não acabasse. como se o ponto não dissesse fim, não desse forma, não fechasse a unidade-fragmento da tua fala.
adorei, tanto o poema, quanto o desenho.
Querida Tere,
Em sua pintura são as flores que desafiam a mulher, enquanto ela escreve poemas sobre a mensagem de uma natureza tão delicada e forte ao mesmo tempo... Belíssimo!!
Beijos
Todos os girassois de campo meu,não seriam suficientes para tributar esse poema,na madrugada da vida,de lap top em punho,em devaneio fiquei,caríssima madrinha minha!
Bzu mãos suas!
Viva Vida!
Tere,
Do princípio ao fim, um crescente desalento, uma angústia que se transmite e não carece de explicação. Muito forte.
Abraço.
Tere, querida
Bravo!
É necessário talento e valorização do que se "tem", estar podendo ser.
Uma magnífica pintura e sua complementaridade. Tanto és aí, de alma, de ser humano que está para se construir.
Parabéns, beijos e bom final de semana
Ao ler esta belíssima composição poética, atrevo-me a dizer que só a minh´alma me pertence e em mim perdura...
Saudade!
1 Bj*
Luísa
Diamantes imantados de carinho e amizade, é o que colho nesse despretensioso espaço, queridos leitores; o que há é isso, sol radiante e novos dias. Obrigada!
E a todos meu fraterno abraço
Olá amiga! Estive passando, assim como quem não quer nada, quando de repente, avistei um lindo espaço. Daí então, para satifazer a minha curiosidade, não deu outra, invadi e, para minha surpresa, avistei uma bela jovem tomada de um dúvida concernente ao seu eu. Foi a partir daí que não resisti em dizer que: realmente já não te pertences mais, pois, a partir do momento em que foste eternizada na Academia de Letras, passaste a ser propriedade da comunidade "CASCAVELENSE".
Parabéns pelo lindo espaço que tens, belas postagens e muito bem ilustrado.
Perdoe-me pelas baboseiras.
Beijos,
Furtado.
Tere, eu acho este teu blogue lindo.... belos textos ilustrados com belíssimas imagens. Parabéns pelo seu espaço. Teus textos estão cada vez melhores... Beijos.
Dôra Limeira
Lembrou-me Pessoa... muito lindo!
Um beijo, querida amiga.
Olá! O Ricardo Calmon disse que você é madrinha dele e que o ajudou muito. Pediu que viesse conhecê-la. Já gostei quando cheguei. Parabéns pelo blog,pela cadeira que conquistou e por estar disponível a partilhar conosco a beleza dos teus poemas. Montão de bjs e abraços
Olá Elaine,
Sim, a honra é minha em recebê-la.
Grata.
Beijos
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