sexta-feira, 17 de julho de 2009

Telhas transparentes


A ressonância das cores esvoaça no júbilo das folhagens. Sacraliza o momento de torpor de uma descoberta, de uma borboleta nívea.
O quadro em que algo faltou.

O claro que fala péssimo, que o anonimato escreve dentro do meu olho.

E sou o rio que pára de correr.
Mas queria ser o pássaro dentro do rio.
Dentro do rio o pássaro e o livro.

O gosto por orvalhos e plantas na leitura de um plano.
Não só o nu. O expresso meio tom.

Vêm os ecos dos membros ermos na biblioteca.
E é místico o balanço. Passos indissolúveis.
Não tenha medo meu anjo.

E tudo nasce deliberadamente como a borboleta alva, sem todos menores, sem abas unidas.
E se entrega à música pacífica que dá o sonho que diz sim ao rio e deságua nos livros
os pássaros e os quadros no círculo. E no enrodilhar do verde se veste de noiva como só a arte.
O meio tom, o nu. Do que quiser.
Poema do livro "Meus Outros" - Foto:TT

14 comentários:

Anônimo disse...

Tere

"Eu sou o rio que para de correr. Mas queria sero pássaro dentro do rio.
Dentro do rio o pássaro eo livro."

O texto todo é maravilhoso, mas esse em especial me arrepiou no momento em que li.
Somos rios que deságuam em livros, somos pássaros que voam nos livros.

beijos amiga querida.

Ramosforest.Environment disse...

Tere,

Você escreve com imagens e pinta com as palavras.
"...O claro que fala... que o anonimato escreve... E tudo nasce deliberdamente..."
Abraços
Luiz Ramos

Salete Cardozo Cochinsky disse...

Tere
Nem evocar é necessário... É vertente por natureza e essa se ao esconder-se por sob o solo às vezes desaparece do olhar, logo em seguida vem com sua transparência e apontando para a leveza do alvo e a música que ouve-se.
Puro sagrado.
Beijos

☆Lu Cavichioli disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Pareceu-me uma canção natural, que escorreu pelas letras, formando palavas, com significados além do sentido habitual. O meio tom, o nu. Do que quiser. Pacífica, alentadora e extremamente melodiosa. Meus parabéns, poetisa, uma vez mais.
Beijos.

antes blog do que nunca! disse...

Fantástica. Maravilhosa. Assim é a tua poesia. Uma música que eterniza emoções vestidas de palavras.

1 Bj*
Luísa

Renato Torres disse...

tere,

escreves no limiar entre a prosa e a poesia, na margem terceira da paisagem sonora, donde afloras curiosa e acostumada aos relevos naturais. um prazer te ler...

beijos,

r

Luísa Nogueira disse...

Lindo, Tere! Fazendo uma pesquisa nos blogs dos amiGOs, descobri esta pérola de blog! Vou voltar mais vezes...
Luísa

Ricardo e Regina Calmon disse...

Uma cachoeira intensa,voce vertendo,nos irradiando de límpidas aguas,que minam através de peito teu!
Bezu mãos suas poeta infinita e amada amiga nossa,madrinha minha!Graças a Deus!

VIVA VIDA!

Vicky MundoAfora disse...

Caro amiGO,
Como participante do ReUnidos AmiGOs voce é especial para nós. Sinta-se a vontade para adicionar o nosso banner no seu blog e venha participar mais ativamente dessa comunidade que foi feita para promover a nossa reUniao. http://enjeitadosdogo.blogspot.com/

João Esteves disse...

Sempre fui incondicional apreciador de sua arte, Terê, desde quando com ela travei primeiro contato.
Aqui, mais uma instância admirável de sua criação.
Beijos

Tere Tavares disse...

Agradeço a todos que me brindaram com a leitura e comentários.
Com mais vagar, tomo notas em vossas estradas, sempre belas aos meus olhos.
Um beijo a cada um. TT

MA disse...

Hola Tere , vengo invitada por Ricardo Calmon a visitar tu bello blog , desde el blog de MA tu blog amigo , , y desde este momento soy seguidora de todos tus blog.
Un beso de MA ,y te invito a visitar mi espacio del blog .
Volveré por tu casa a visitarte de nuevo amiga .

Tere Tavares disse...

Muchas gracias MA, por las palabras e por el tiempo.Tu espacio tambiem es bello.
Saludos!