terça-feira, 23 de junho de 2009

Naturezas


Naturezas

pronúncias indeléveis, magnólias
prêmio das horas, madressilvas
o inesperado, girassol

a brancura seduz retinas, um lírio
fervilha neurônios, duas orquídeas
intuir que tudo é estigma, três petúnias

sucessões idênticas, hirtas hortênsias
não fossem as datas, carícias açucenas
pseudo tempo, dálias essências
e as amarguras, bromélias
desmemórias, margaridas

a dimensão anônima, nenhuma camélia
ou cicuta inocente, algum jasmim

enquanto o efêmero se esfria numa violeta,
da tarde floral se anuncia a gênese
e do cactus a próxima gentileza da noite
e dos dias e das noites o anúncio da beleza;
o momento, o instante, o roseiral
da rosa-alma, da rosa-gênese, da rosa-rosa.
Poema do livro "Meus Outros"
Foto: TT

11 comentários:

Anônimo disse...

TEre querida

Naturezas é a essência da mulher ajardinada por tuas próprias mãos.
Entre todas as flores , efêmeras por natureza, fica o perfume nos versos que anunciam roseiral, rosa-alma, da rosa-rosa.
Meu Deus como adorei!!

Ramosforest.Environment disse...

Não consigo ver em seus versos um texto, simplesmente.
Vejo em seus versos um complexo de poesia e textura de uma tela em que se perpetuaram flores.
Luiz Ramos

☆Lu Cavichioli disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Madalena Barranco disse...

Ahhhhh, Tere, esse poema lava minha alma com água de flores... Sua poesia me faz voar para outra dimensão.

Beijos

Roberto Malacrida disse...

Querida amiga,

Como uma dama da noite, exalando fragrâncias elegantes, por entre flores e palavras, Tere querida, estas dentre elas.
Disse bem Luiz Ramos, pintastes com palavras imagens imortais.
Lindo como sempre.

Beijo

Unknown disse...

As imagens que vieram à mente ao ler sua poesia, se tornaram roupa e vida. De fato, o inesperado girassol, ou a gentileza da noite que vem do cactus, são trajes que me vestem e me perseguem ao longo dos meus dias. Dias em que os cadarços com a ponta estragada são jogados fora. Se esquece que é do corpo que nos utilizamos, mas, você não. Aponta e recolhe a ponta do cadarço, e o faz caber novamente ao lugar que lhe cabe. Ou deveria caber.
Parabéns, minha poetisa querida.
Beijos.

João Esteves disse...

Há imagens visuais e olfativas (ah, a flor de cactus!) que rescendem de versos artisticamente compostos.
Beijos

antes blog do que nunca! disse...

Nem o tempo delimita o momento de apreciar tão belo jardim poético.

Tere, minha querida...é um prazer ler-te.

1 Bj*
Luísa

Tere Tavares disse...

Queridos amigos,
É sempre uma alegria receber-vos, e ser lida tão lindamente.
Beijo a cada, bom final de semana.

Salete Cardozo Cochinsky disse...

Tere, querida
Ao percorrer esse jardim sente-se o vigor e a liberdade. Vigor em cada semente que nasceu, com sua existência provoca a imaginação e promove a liberdade para quem pode sentí-las.
Fiz meu passeio, apreciei cada uma e fiquei a imaginar.
Somos gratas e nossas exitência.
Beijos

Ricardo e Regina Calmon disse...

Em intensa chuva aqui no Rio,sem chopin,me elevo e o sol percebo,dentro de mim,de poesias suas através!

Bzu m,ãos suas madrinha linda nossa!

Viva Vida!