quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Quem sabe do mesmo verão

  1. Nem os carinhos esperam das brisas futuras,
    o sol dos destinos, onde os desertos andam,
    um brando vento. Os juncos sem motivo.
    Esbater-se num incerto detalhe,
    supremos momentos
    em que se tem por companhia
    o suave rosto do exílio,
    em tons límpidos como o céu e as águas,
    ouvir ou lembrar, algures,
    o silêncio de todas as nuvens.
    A areia morna tornando-se esquecida do mundo.
    Até não perceber a íntima presença,
    a impressão de que há tempo, muito tempo,
    aquela espuma se assemelha
    com algo da própria alma,
    e já não se é mais só.
    Alçantes do raso, soando ao longo da margem,
    regressos, memórias, amores.
    Os relevos todos do sentimento
    ao que se faz presente, amado.
    Faz-me bem. Mais que bem.
    Faz-me pensar que será eterno o meu sentir.
    Faz-me viver sem pensar.

3 comentários:

Debaixo do Bulcão disse...

Feliz 2009, com tudo de bom e muita poesia!

António Vitorino

Anônimo disse...

Olá Tere Tavares,
passando para conhecer teu blog...tu poesia é intensa!

abraço a ti.

daufen bach.

Madalena Barranco disse...

Tere, querida amiga,

Muito obrigada pelas mensagens de carinho em meu bloguinho. Perdoe-me a ausência, que aconteceu pela hospitalização e falecimento de meu pai... Agora, aos poucos, volto ao convívio dos amigos na Web.

Ler seu poema me alivia a alma na certeza da vida eterna.

Beijos mil, carinho, Madá