- Nem os carinhos esperam das brisas futuras,
o sol dos destinos, onde os desertos andam,
um brando vento. Os juncos sem motivo.
Esbater-se num incerto detalhe,
supremos momentos
em que se tem por companhia
o suave rosto do exílio,
em tons límpidos como o céu e as águas,
ouvir ou lembrar, algures,
o silêncio de todas as nuvens.
A areia morna tornando-se esquecida do mundo.
Até não perceber a íntima presença,
a impressão de que há tempo, muito tempo,
aquela espuma se assemelha
com algo da própria alma,
e já não se é mais só.
Alçantes do raso, soando ao longo da margem,
regressos, memórias, amores.
Os relevos todos do sentimento
ao que se faz presente, amado.
Faz-me bem. Mais que bem.
Faz-me pensar que será eterno o meu sentir.
Faz-me viver sem pensar.
Publicado também em "Liberal On Line":http://liberal.sapo.cv/noticia.asp?idEdicao=64&id=21820&idSeccao=527&Action=noticia
3 comentários:
Feliz 2009, com tudo de bom e muita poesia!
António Vitorino
Olá Tere Tavares,
passando para conhecer teu blog...tu poesia é intensa!
abraço a ti.
daufen bach.
Tere, querida amiga,
Muito obrigada pelas mensagens de carinho em meu bloguinho. Perdoe-me a ausência, que aconteceu pela hospitalização e falecimento de meu pai... Agora, aos poucos, volto ao convívio dos amigos na Web.
Ler seu poema me alivia a alma na certeza da vida eterna.
Beijos mil, carinho, Madá
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