sexta-feira, 4 de março de 2022

RESENHA DOS LIVROS: DESTINOS DESDOBRADOS E DIÁRIO DOS INÍCIOS DE TERE TAVARES por Luciano Mendes

Destinos desdobrados - contos - 2021- Editora Penalux, SP - Tere Tavares
https://www.editorapenalux.com.br/loja/destinos-desdobrados 

Diário dos inícios - poesia/ensaio- 2021- Metanoia Editora, RJ- Selo Mundo Contemporâneo Edições - Tere Tavares
https://loja.metanoiaeditora.com/lancamentos/diario-dos-inicios


A escrita dos femininos!

"Quero escrever para que o deserto não consuma os meus olhos".
Nos últimos dias estive em companhia da escritora, poeta e ensaísta Tere Tavares. Foram momentos muito intensos, ás vezes aconchegantes, outros momentos dilacerantes.
Outro dia, ao comentar um livro do Chico Lopes eu dizia que toda leitura é uma inter-leitura ou entreleitura... Não foi diferente a leitura dos livros da Tere Tavares. Em cada pequeno conto ou, mesmo, em vários aforismos em que ela trabalha, me lembrei de outros livros, textos, contos... que me atravessaram. De Maurice Blanchot a Elisabeth Badinter, sem falar em muitas colegas que habitam este grupo, um tantão de gente me passou pela cabeça.
Quero falar de algo que, a meu ver, atravessa de ponta a ponta os dois livros que tive o prazer de ler: a tensão e o tesão da escrita e as possibilidades de tradução dos femininos, e na escrita feminina, em sua forma literária.
São inúmeras as passagens em que há uma inscrição, na própria escrita, dos desafios de escrever e, vencidos estes, dos prazeres e das liberdades que acompanham (ou significam) essa conquista. "Vencidos estes" é, evidentemente, uma forma de dizer da "coisa", de palavrear algo que é tão efêmero quanto tenaz: a escrita, na escrita de Tere Tavares, nunca é passada/passado, é sempre um trânsito, um escrevendo-se/inscrevendo-se o/no texto.
Há que se escrever para se elaborar a experiência de ser/estar mulher no mundo, assim como há que se escrever para capturar o universal e o único que habita em cada qual. A este respeito, a escrita, conforme lá entendi, é tão necessária como insuficiente. Potência/impotência habitam o mesmo espaço: "a poesia é uma dor que ri" e "escrever é-me alimento à frente da duríssima aflição de cumprir os dias, de permanecer heterônima para unir a humanidade num mesmo mundo", diz ela.
Ao terminar de ler os livros, fiquei pensando se há, na literatura brasileira, uma reflexibilidade assim, tão forte, sobre a escrita, por parte dos masculinos que habitam o universo literário.

Luciano Mendes Professor Doutor em Educação e
História da Educação da UFMG Escritor e autor de diversos livros publicados

************************************************************** Os livros de Tere Tavares podem ser adquiridos diretamente com a autora via e-mail: t.teretavares@gamil.com
https://www.facebook.com/tere.tavares.1/

************************************************************** Grata e honrada pela leitura e resenha, Luciano Mendes.

TERE TAVARES - DESTAQUE NA LITERATURA E ARTES VISUAIS DO PARANÁ

DESDE 22/10 O POETA DANIEL MAURICIO E SEU IRMÃO GEORGE ABRÃO, ESTÃO PUBLICANDO BIOGRAFIAS DE PESSOAS QUE SE DESTACAM E/OU SE DESTACARAM NAS ARTES PLÁSTICAS E NA LITERATURA NO PARANÁ.

TERE TAVARES – ARTISTA VISUAL E ESCRITORA EM VERSOS E PROSA.
Tere Tavares nasceu em São Valentim/RS e reside em Cascavel/PR.
É escritora e pintora.
LIVROS PUBLICADOS
Tere é autora de onze livros publicados: “Flor Essência” (poesia 2004); “Meus Outros” (poesia 2007); “Entre as Águas” (contos 2011); “A linguagem dos Pássaros” (poesia 2014), “Vozes & Recortes” (contos 2015); “A licitude dos olhos” (contos 2016); “Na ternura das horas” (ensaios 2017); “Campos errantes” (contos 2018); “Folhas dos dias”, e-book, (Ensaios 2020); “Destinos desdobrados” (contos 2021); “Diário dos inícios” (poesia 2021).
Integra várias Antologias e Coletâneas, no Brasil e no Exterior. Conta com vasto material publicado em revistas eletrônicas no Brasil e no Exterior.
Participou de cinco coletâneas - categoria contos - editadas em Portugal: "A arte pela escrita III" (2010); "Cartas ao Desbarato" (2011); "A arte pela escrita IV" (2011); “A arte pela Escrita VIII” (2015); e “A arte pela escrita IX” (2016).
Consta com trabalhos de prosa e poesia nas “Antologias Febraban” (2007) e (2009) conto e poesia premiados.
Integra as Antologias: “Saciedade dos Poetas Vivos” Vol 11 (2010) em “Blocos onLine”; “Contologia” da Revista “Arraia PajeurBR” 4, (2013); “Antologia Poética 29 de abril o Verso da Violência" (2015)”; “Sobre lagartas e borboletas” (2015); “Aquafúria - Uma antologia de Poetas Sedentos" (2015); “Diversos –Poesia e Tradução- (2016); I Antologia Digital de poesia “Porque somos Mulheres” da Revista Ser MulherArte (2020); Antologia Selo Off Flip 2020; “Parem as Máquinas”, Conto, Poesia e Crônica, Antologia Selo Off Flip 2021; Conto, Poesia e Crônica.
Conta com trabalhos publicados na Internet: “Cronópios”; “Histórias Possíveis”; “Blocos on line”; “Musa Rara”; “Diversos Afins”; “Germina – Revista de Literatura e Arte”; “Escritoras Suicidas”; “Mallarmargens – Revista de poesia e arte contemporânea”; Revistas “Fénix-Logos”- PT e “EisFluências”- PT; Revista “Soletras” de Moçambique; Revista “Vitabreve” – Revista de Arte e Cultura; “Acrobata”; “Amaité Poesia & Cia”; “Fotos e Grafias”; “Escrita Droide”; “Quatatê: Página Brasileira de Poesia do mundo”; “Revista Ser MulherArte”; “ Ruído Manifesto”; “Revista Cultura-e”; “Jornal Relevo – Impresso”; “Recanto do Poeta – ICASAA”.
Foi convidada em 2018 para dar entrevista ao “Como eu escrevo”, e, em 2020 para o “Café Pós-moderno” da “OBVIOUS”, sediada em Portugal, PT.
Em 2020, teve diversos textos publicados no MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA: Projeto “A Palavra no agora”, 2020.
Participa do portal lusófono litero-artístico “EscrtArtes”.
Integra a Academia Cascavelense de Letras, cadeira 26, patrono Tulio Vargas.
PREMIAÇÕES EM LITERATURA
Em 2020 Recebeu premiação pelo Edital “Arte em toda parte”, Secretaria Municipal de Cultura de Cascavel, PR, com os livros “Campos errantes”, contos, 2018 e “Folhas dos dias”, ensaios, 2020. Em 2021 Recebeu o “Prêmio de Reconhecimento Cultural” pela sua trajetória Literária, pela Secretaria Municipal de Cultura de Cascavel/PR.
ARTES PLÁSTICAS
Mostras Individuais
1) “Passos”, 2006, SESC CASCAVEL. 2) “Passos”, 2006, Biblioteca Unioeste - Campus Cascavel. 3) “Exposição 2007” Anfiteatro UNIOESTE, Cascavel, PR. 4) Exposição Poesia e Desenho 2008 semana da Mulher, JL Shopping. 5) “Mar és”, 2010 Centro Cultural Gilberto Mayer.
Mostras Coletivas:
2007: 1) XVII Salão Internacional de Artes Plásticas do Proyecto Cultural SUR/Brasil/ Bento Gonçalves/RS. 2) 7ª Coletiva AAPLAC MAC, Cascavel, PR. 3) “Artes Sacras”, Centro Cultural Gilberto Mayer.
2008: 1) Exposição AAPLAC e JL Shopping. 2) 8ª Coletiva AAPLAC “Sou Cascavel” MAC Cascavel, PR.
2009: 1) I Arte Movimento JL Shopping. 2) I VIVARTE, Praça Wilson Jofre
Cascavel/ PR.
2010: 1) Ponto de Cultura AAPLAC e UNIOESTE. 2) 9ª Coletiva AAPLAC- MAC, Cascavel, PR 3) Coletiva Erechim/RS 2010.
2012: 1) “Cascavel Mostra sua Arte” - MAC Cascavel.
2017: 1) “ MOSTRA PRIMEIRA PANORAMA DAS ARTES VISUAIS DE CASCAVEL” MAC Cascavel.
2018: 1) “MOSTRA SEGUNDA PANORAMA DAS ARTES VISUAIS DE CASCAVEL”, MAC Cascavel/ PR.2) EXPOSIÇÃO DE ARTES ALUSIVA AO 30º ANIVERSÁRIO DO 15 Batalhão logístico Militar de Cascavel em outubro de 2018. 2019: “MOSTRA TERCEIRA PANORAMA DAS ARTES VISUAS DE CASCAVEL, MAC Cascavel/PR.
2020: MOSTRA QUARTA PANORAMA DAS ARTES VISUAIS DE CASCAVEL, MAC Cascavel/PR. 2020.
2021: 1) MOSTRA “A ARTE ESTÁ NO AR”, Aeroporto Municipal de Cascavel/PR de dezembro de 2020 a abril de 2021. 2) MOSTRA “EXPOSIÇÕES SIMLUTÃNEAS” – MUSEU DE ARTES CASCAVEL. 3) MOSTRA Primeira Mostra Coletivo Virtual - uma homenagem ao dia Internacional da Mulher "Senhora Secreta- Um olhar para as estrelas", Curadoria de Vera Itajaí – ICASAA – Galeria de Arte Contemporânea de Curitiba/PR, de Março de 2021 à Fevereiro de 2022. Junto a essa exposição juntou-se o texto “Marina” do livro “Entre as águas”, contos, 2011. 4) EXPOSIÇÃO DE FOTOARTE ‘FRONTEIRAS DA SURREALIDADE’ ICASSA- Galeria de Arte Contemporânea, de Maio de 2021 à Maio de 2022. 5) EXPOSIÇÃO COLETIVO SELF-PORTRAIT ‘EU SOU ASSIM’ – ICASSA – Galeria de Arte Contemporânea, de Julho de 2021 à Junho 2022. 6) EXPOSIÇÃO PANORAMA DAS ARTES VISUAIS QUINTA EDIÇÃO, MAC, CASCAVEL PR de Outubro de 2021 à Novembro de 2021
Ilustrações: Revista: 1) “MININAS” Belo Horizonte, MG,2007. Livros: 1) “Flor Essência”. 2004. 2) “Meus Outros” 2007. 3) “Entre as Águas” 2011. 4) “A licitude
dos olhos” 2016. 5) “Na ternura das horas” 2017. 6). “Campos errantes” 2018. 7) ”Folhas dos dias” 2020. “Destinos desdobrados” 2021. 9) “Diário dos inícios 2021.
Premiação: Edital Arte em toda parte- Lei Aldir Blanc – 2020- SECESP- Cascavel, PR Trabalho: Arte digital – Buquê de flores – Impressão em Canvas 85x 65 cm 2020. https://www.facebook.com/groups/255654382637601/posts/490332242503146/




sábado, 12 de fevereiro de 2022

Destinos desdobrados, um livro de Tere Tavares e uma leitura

 

O escritor Perce Polegatto assim se manifestou sobre o livro "Destinos desdobrados", contos, Editora Penalux, SP, 2021, de Tere Tavares:

"Uma escritora que já conheço e admiro. Acabo de receber seu mais novo trabalho, “Destinos desdobrados”. Leitura que promete: qualidade, inteligência, sensibilidade... – ou percepções singulares de uma realidade que nos escapa.
Muito obrigado, Tere Tavares, pelo livro e pela dedicatória carinhosa". A gratidão é minha, caro leitor e escritor Perce Polegatto, cujas obras são de altíssima qualidade.


Onde encontrar Tere Tavares?

Facebook, clique aqui.

E-mail: t.teretavares@gmail.com.br

Site pessoal, clique aqui.

Seus livros:

Na Editora Penalux, clique aqui.

Na Editora Patuá, clique aqui.

Os livros que não constam nesses catálogos podem ser adquiridos diretamente com a Tere Tavares. Basta solicitar via e-mail ou pelo seu facebook.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Poema do livro Diário dos inícios, de Tere Tavares




Esse poema integra, entre outros, em segunda edição, o livro "Diário dos inícios", Metanoia Editora, poesia, Selo Mundo Contemporâneo Edições, RJ - 2021. 

Urdidura

Quando as flores pousam na janela
e nas folhas que me afagam os olhos
as mãos
a alma
Quando o detalhe me faz mergulhar
dobrar o dorso e repousar nas palavras
a luz não obscurece ainda que eu me esqueça da realidade
Ainda que não exista nada lá fora
Aqui há plenitude.

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Fortuna crítica do escritor, professor e crítico literário Francisco da Cunha e Silva Filho, vai abaixo transcrita:

Francisco Da Cunha

NO POEMA EM EXAME PREDOMINA A INTENSIDADE SUBJETIVA, ASSIM COMO SUAVIDADE PURA DE UM LIRISMO DE FUNDO SIMBÓLICO, NO QUAL O SENTIDO DA PEÇA LÍRICA SÓ PODE SER APREENSÍVEL PELA PERCEPÇÃO DE UM ESTADO, DA PARTE DO LEITOR, DEPREENDER A ALMA DA POESIA AQUI INFUNDIDA SOB O DOMÍNIO DA SUBJETVIDADE, DADO INEFÁVEL DO SER POÉTICO. O SENTIDO DA IMATERIALIDADE SE PODERIA VERIFICAR QUANDO O LEITOR ENTRA EM SINTONIA COM O TEXTO LÍRICO E SENDO CAPAZ DE AFIRMAR A SI MESMO QUE SE ENCONTRA DENTRO DE UM POEMA FEITO E BEM ELABORADO, OS SIGNOS POÉTICOS PLENIFICA-SE GRAÇAS AO NÍVEL ELEVADO DAS SENSIBILIDADE DO SUJEITO LÍRICO, DA INDEFINIÇÃO, DAS SUGESTÕES PROPICIADAS PELO EIXO SINTAGMÁTAICO EM CONJUNÇÃO COM O O EIXO PARADIGMÁTICO, OU SEJA, COM O CONJUNTO DE PALAVARAS DESPERTANDO O ESTRANHAMENTO, FATO DETEMRIANTE DA TRANSFORMAÇÃO DO DISCURSO IFORMATOVO EM DISCUROS LÍRICO. "URDIIDURA" , TENDO ESSES TRAÇOS DISTINTIVOS E DIFERENCIADORES DO MERAMENTE ENUNCNCIADO SINTÁTICO, INFORMACIONAL, É O SALTO PARA O ARTÍSTICO E, PORTATO, O ESTÉTICO. FRANCISCO DA CUNHA E SILVA FILHO Pós-Doutor em Literatura Comparada (UFRJ). Doutor em Letras Vernáculas (Literatura Brasileira, UFRJ). Mestre em Literatura Brasileira (UFRJ).

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Adquira seu exemplar no site da Editora: https://loja.metanoiaeditora.com/lancamentos/diario-dos-inicios?fbclid=IwAR2eodbC6NT1hhpXZAByNDoHzFWjrn1ncI7dDtX2frqglsFhG07GKpe52iY

Imenso Obrigada.

Texto de Tere Tavares do livro Destinos desdobrados publicado na Revista InComunidade, PT




Agradecimentos à Revista InComunidade, PT, pela honrosa publicação de um dos contos "Deméter" do meu recente livro "Destinos Desdobrados", Penalux, SP -2021.

Falo da Mulher e suas aspirações e inspirações, lutas e venturas.
Há alguma beleza e é para ser vívida, qual canto a ser ouvido pelo mundo inteiro, para além da barbárie.
Boa leitura!.
Deméter
Conjuga as flores e salta de onde estás. Restarás como a folha asfixiada na cor escorreita do fluxo outonal, na dormência aparente do tempo. A morte inclinada para uma aliança que virá em breve. Outra e outra vez, nos mistérios das estações. Perséfone.
As mulheres, dilatadas em suas inimagináveis variações, guardam dentro de si a matéria que, inevitavelmente, repassarão à existência que biografará suas relações com toda a humanidade – como quem estuda as descobertas pela observação conjunta e o permanente questionamento que se depara com a instrumentação espiritual e corpórea, com a disciplina de evanescer a ignorância e reduzi-la. Sobre que extensão se encontra o que perpassa a intrincada floresta dos sentimentos femininos? Há que perscrutar, na aparência e na profunda submersão, razões que as expliquem ao além limite das críticas pecaminosas.
Olhar demoradamente para as portas que não se tornam descendências, para o avesso das sombras onde as mulheres salvam suas intermináveis histórias, como se diagramas de páginas sagradas, inclusos os ornamentos com que brincam suas crianças, quando elas assumem carregá-las com o zelo dos anjos invencíveis feito mergulhos e voos culminados num mesmo encontro. Ser mãe é esquecer-se dos lenços. Sequer aparar as lágrimas. Mulheres provadas e provedoras ademais de todas as tiranias, das tácitas renúncias por tolos reinados e todos os apócrifos grifos, pseudoparaísos e fidalguias, bravuras apagadas nos acontecimentos sucessivos, desvendados e amplificados nas execráveis adjetivações que as vitimam para subjugá-las. Que harpas e harpias elas necessitam tornar-se, que fenecimento se oculta em cada revelado salto rumo às encostas abissais, às cercanias inusitadas, sem pasmo algum.
Nada do que se percebe é simples. Que felicidade, que riqueza é estender-se como sobrevivência, apesar de todos os pesos; a consciência é a fonte engenhosa da inesgotável generosidade que possuem de amar com o que é tangível, serem extremadas, verdadeiras e dignas sem almejar posteridade, pois conhecem a brevíssima memória do que são e representam. Dessas múltiplas guerreiras, nunca se saberá o quanto se fizeram boas e belas, o quanto foram treinadas para se livrarem de toda má didática e permanecerem ferozmente vivas e férteis, por amarem à grande mãe Terra como extensão de suas próprias almas.


Fortuna Crítica por

Marinella Dina (Ornella Dina Mariani), Itália, que, gentilmente, fez a tradução ao italiano do segundo e do último parágrafos do conto. Aqui está:


Tere Tavares mi ha postato un suo pezzo e non posso non tradurlo e riproporlo qui. E' intrigante, poetico, raffinato. Una meraviglia. Non faccio che ripeterlo. Qui su FB ci sono autori e autrici di vastissimo talento. Eccovelo:

"Le donne, dilatate nelle loro variazioni inimmaginabili, custodiscono in sé la materia che, inevitabilmente, passerà all'esistenza che biograferà i loro rapporti con l'intera umanità - come chi studia le scoperte attraverso l'osservazione congiunta e l'interrogativo permanente che si trova di fronte alla strumentazione spirituale .e corporeo, con la disciplina di far scomparire l'ignoranza e ridurla. Fino a che punto è ciò che scorre attraverso l'intricata foresta dei sentimenti femminili? Occorre scrutare, nell'apparenza e nel profondo sommerso, ragioni che le spieghino oltre il limite della critica peccaminosa. Niente che vedi è semplice. Che felicità, che ricchezza è estendersi come sopravvivenza, nonostante tutti i pesi; la coscienza è la fonte ingegnosa dell'inesauribile generosità che devono amare con ciò che è tangibile, essere estremi, veri e degni senza mirare alla posterità, perché conoscono il ricordo più breve di ciò che sono e rappresentano. Di questi molteplici guerrieri, non saprai mai quanto sono diventati buoni e belli, quanto sono stati addestrati a sbarazzarsi di tutta la cattiva didattica e rimanere ferocemente vivi e fertili, per amare la grande madre Terra come un'estensione delle proprie anime." Tere Tavares

Obrigada de coração. Grazie di cuore!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

FORTUNA CRÍTICA DO LIVRO - a licitude dos olhos - de Tere Tavares

 Carências

Para OArtistaNuncaVisto existe a suprema inconstância das coisas, o processo recolhido no irrealismo subscrito na ignorância da técnica. A favor da incompletude, chegam-lhe conjuntos para recolhê-lo antes que possa evitar o ato da criação, a resignação que lhe permite digerir o fluxo inevitável da sua força construtiva. Encontra isso na dormência involuntária que o assoma impetuosamente, desguarnecendo o sofrimento, transmutando-o em beleza, como última e possível opção diante da verdadeira e inapelável projeção de si mesmo, como ramos de frescor que, sagradamente, perfuram a terra. “Engano-me para não trair a arte; da minha penumbra extraio o néctar que é quase nada.”
Seu espaço só lhe oferece mais espaço e o percorre até a mais ínfima entranha – que o dissessem os projetos que o cérebro registrara no trauma dos dias. A partir do que recordam os sentidos forja-se a viagem, como as floradas que adornam e camuflam as árvores. “Não tentem decifrar-me. É inútil. De mim, guardem apenas o que esvoaça, a neutralidade do meu rosto a fecundar as opções como um morcego que acorda no seio da noite”.
Agora o presente são todos os seus suspiros, tardios como os talentos que não possui, como as ilusões cavadas numa essência de embriaguez. “O adorno adentrando em mim, preenchendo cada célula, sem ordenação, tomando-me os pulmões, os nervos, a derme, as veias que tingem os meus rastros, sem auxílio ou injúria, amadurando-me precocemente a alma ágil, agre e enrijecida, submetida noutra estrutura, quando, e só então, minha angústia aprende a sorrir porque algo do que fiz, finalmente, toca alguém”.
As lastimações são obras pousadas no espaldar das recordações, que já não o respiram como outrora. “O que penso quando não penso?” E pensa na falta indecorosa da veemência que o trás rente à escada – partícula de uma coisa única, como se quisesse adormecer para constituir-se noutra dimensão. Aborda a aflição e o amor como se retirasse, dos sentimentos, a sua biologia, onde se encolhe para expandir-se, confiante, sem notar se há preenchimento ou falta.
É, quem sabe, alguma sobra míope, parte do todo, no seu existir, enxergando resignado, desafortunado, feito caliça, meio, indo e vindo, nunca findando. Algo que não identifica o induz a permanecer entre dúvidas e zimbros e contar algo, constar de um núncio enigmático de coisas alheias e mesmo assim suas; como um domador a dançar sobre as papoulas e um coração que e o batiza com uma nova medalha.
Ele contempla os espelhos que não costumam mentir, e, apesar dos nódulos ocultos sob os músculos fortes, abre a estreiteza, o risco, e se completa porque finalmente vê. “Foi ali entre a desova dos peixes e o ardor dos areais que colhi a água que me traria novamente à vida.” Resgata-se apesar do sigilo, da polidez afinada nas emoções, lamenta a perda de um bosque que jamais apertou entre os braços, porque, na verdade, era uma selva temporária, uma casca.
OArtistaNuncaVisto, num ínterim, está novamente no topo e escava, coreografa, na ausência, as fuligens distanciadas do chumbo, seus inúmeros oásis, a sagrada e meticulosa investigação onde encontra, por instantes, um frêmito de paz, como quando se entretece nas brancas flores dos ipês e possui, numa quase obsessão, o ápice do que não esmorece. Como se minguasse nas próprias mutações, debruçado numa digníssima fecundidade, sorrí ao reconhecimento dos vales: “Fecho em concha as mãos para aquecer-me nos gumes das minhas obras. Sonho porque meu sonhar é fiel a todos os meus ritos e às minhas chaves”.
do livro "A licitude dos olhos" Editora Penalux contos 2016 .
Tere Tavares COMENTÁRIO POR FRANCISCO DA CUNHA E SILVA FILHO EM 07.01.2020: "Francisco da Cunha
Ora, , uma passagem de um livro como esta dá o que pensar e pensar num aforma nova e de ponta no domínio da crítica literária e do julgamento favorável ou não. Numa primeira leitura,antevejo uma narrativa enigmática e profundamente poético- filosófica, a qual pediria com urgência um aparelhamento teórico a fim de desenvolver uma hermenêutica para o texto ficcional. Há uma voz narradora que combina história de vida e experimentação de linguagem límpida na sintaxe e incomum na forma de narrar. Creio que estamos, diante dessa leitura e dos inúmeros ângulos narrativos, de um nova maneira de ser ficcional, na qual há uma predominância muito forte no contar e no como contar e no por que contar uma história imaginária e pejada de conceituações como se fossem aforismos . Creio ainda que,na análise desses relatos que nos surpreendem favoravelmente e desafiam a nossa argúcia interpretativa está na dimensão do Poético, na forma de comunicar o fluxo de vida em palavras, num torrencial contínuo no qual retalhos da vida humana são interligados na sintaxe e na semântica geral do texto. Abraços".

terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Texto de Tere Tavares publicado na Revista InComunidade

 Presente lindo! Muito honrada e agradecida por constar com um de meus contos na prestigiosa Revista "InComunidade". Os meus cumprimentos pelo trabalho e edição.

Parabéns
a todos os participantes e editores.
Para leitura clique no link abaixo:
http://www.incomunidade.com/sobre-o-filho-de-jose-tere-tavares/?fbclid=IwAR2y5v01Dqh1ptAsEwy7ncF2SmfZeqnvPEnsrt8B71dtFO6IaCdH8WtsAYw

domingo, 2 de janeiro de 2022

Fortuna Crítica do livro Campos Errantes de Tere Tavares

É bom perceber as impressões vindas de uma voz de um escritor experiente como é Chico Lopes. Gratidão.

 "MUITO BOM RECEBER LIVROS ...

...dos amigos e, eu mal volto pra casa de uns dias fora pra curtir o Ano Novo com amigos, o correio já me traz pacotes de livros que chegaram e estavam à minha espera.
Entre eles, CAMPOS ERRANTES, da Penalux, da prosadora/poeta Tere Tavares, que é também uma pintora singular. Sua literatura é de difícil classificação, vaga entre a crônica, o conto e o ensaio, com uns lampejos de viva poesia - mas parece o tempo todo querer romper com as fronteiras de gênero. Esta edição traz delicadas pinturas de Tere, levemente abstratas.
Obrigadão, Tere". Chico Lopes. Em 03 de janeiro de 2019,


segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Publicação de um conto de Tere Tavares na Revista InComunidade -Aborim- do livro Destinos desdobrados- Penalux-2021

 

Aborim | Tere Tavares
http://www.incomunidade.com/aborim-tere-tavares/
Clique no link para conhecer a revista que é maravilhosa.

Obrigada à Revista InComunidade pela honrosa acolhida de minha escrita.


ABORIM 

Enquanto se molha, algo lhe tolhe as incertezas. Vem-lhe à memória a trilha de ouro onde colheu seus primeiros amores. Aborim é insubmissa e intranquila. Dentro dela se opera uma mudança que lhe permite evidenciar o prazer de encontrar-se entre um e outro sobressalto. Habitam-na as órbitas inusuais. Ela perfura as cavidades do mundo adornando-se com a nostalgia insanável das aflições. Os riscos de vento que doa aos papéis seguem extensões que, com uma fisionomia invisível e inadvertida, perseguem-na apesar das desolações.

“A alma é a ilustração da mente, do intelecto e da genialidade. A arte deve enxergar na ocultação, no que resta de misterioso. Cumpre-me abordar temas menos dóceis, a dor que trafega no interior de cada ser vivo. Eu me amacio no mesmo instante que sou amada. Nem por isso deixo de estar próxima à desventura que venha a ser apaixonar-se por algum canalha e conduzir esse sentimento às últimas consequências – não raro, definitivamente últimas: [muitos dos que prometem amor, assassinam-te, controlam-te, desejam que mudes ou que fiques muda], – minha suspeita se pauta em experiências e observações. Por vezes, a melhor opção é a recusa, a não concessão que venha a abalar esse estar comigo. São poucas as coisas suficientemente sedutoras para me prenderem. Eu perdi a timidez de mostrar-me tímida para os outros. Resta-me o cuidado de nunca me afastar da alegria de ser a mais verdadeira e natural de todas as que sou. Porque isso emoldura a espontaneidade do meu espírito. Porque separar-se da própria vida é casar-se com a morte”.

Com a lógica do desapego, Aborim compreende que o essencial se encaixa, ou deveria se encaixar, de forma normal – o todo é incapturável. Ela constrói um mundo interior valiosíssimo, de harmonia, de amor universal. Nada a deduz da luz que a envolve e irradia de si, constantemente; mas a induz à leveza das não pretensões. Há algo de pretencioso em adotar a simplicidade? Não. Existe a gloriosa finalidade de evidenciar o que há de nobre [não há rejeição capaz de sobreviver ao inevitável brilho da sinceridade] de um mundo que nem sempre é percebido. Ainda que em narrativas sem auxílio: que palavras mais puras lhe molham os olhos e lhe desagravam a aridez –  o que lhe vale é fermentar a estruturação do pensamento. As mutações, talvez, lhe mostrem com assiduidade que não a conhecem, sequer a veem. Para Aborim, nada é mais louvável do que captar esses momentos florais e registrá-los com real filosofia, como um sachê esquecido entre as mobílias que nada tem de proposital, exceto fruir a felicidade e evitar as traças. Impossível descrevê-la ou associá-la apenas a uma coruja demoníaca ou à noite.


Fortuna crítica de Guida Luís, via facebook: 

Guida Luis Este excerto é de uma beleza magistral, cada palavra faz vir ao de cima , uma mulher divina, que merece ser verdadeiramente amada e só isso fará sentido, de outro modo vale mais seguir só, longe da superficialidade! Absolutamente encantada com este excerto, já sem falar na pintura! Lindíssima! O meu grande aplauso pelo todo!                                                                                                                                                                                                                                        


Fortuna crítica de Wellington Luiz Feitosa Guimarães, via facebook:

Wellington Luiz Feitosa GuimarãesUm belo texto. É pouco. Um belo e bem escrito texto. Ainda é pouco. Um texto bom e literário. Ainda é pouco. É o quê, então? Um texto que não precisa ser definido, nem classificado por único, por ser sem padrão ou parâmetros. Ou parâmetros sobre um novo parâmetro. Mais à frente. Vanguarda e conservadora, Aborim é isso. Filósofa de averiguar, de intuir. Aborim não é nome que se confunda. Colocaria Aborim para conversar com Rosalinda e se dariam bem. Como sei? A inteligência não briga contra si. Belíssimo texto. Parabéns.

Do livro "Destinos desdobrados" contos- Editora Penalux, SP, Tere Tavares, 2021

Adquira um exemplar via e-mail: t.teretavares@gmail.com 
Ou pelo site da Penalux.