quinta-feira, 14 de junho de 2007

Talvez por que eu não tenha aprendido a ser só

Enclausuro-me acabrunhada
quando me pega aquela sensação de desamparo.
E, fico assim por senti-la
e, sinto-a mais por lembrar-me
de como a senti
pela primeira vez,
e, mais ainda sinto-a
por temer que possa não ser a última.

Reparo no tanto de mãos desocupadas
desfilando a meu lado.
Nenhuma se me estende,
e se...aceitar?

Sigo só
mas não de todo,
tenho meu olhar e meus ouvidos
para me distrair.

A mente apressada conserta-me:
“há sempre anjos a teu lado”.
Abrando-me,
conforto-me de estar bem
e poder continuar a caminho de casa.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Então Seria, Eu

O ar cheio de esplendor,
o bem-estar, um outro par de reis magos ou
um dia feliz de trabalho – normal, em pleno final de noite
entre plumas e amizades – a bem-aventurança
como parte de um todo, reconhecida na paisagem.

Sim, este grande dia se faz assim, azul e permeável,
como um pequeno arbusto, um rio calmo
que reflete humildemente as realidades túrgidas
da sua investida matinal,
como ali onde já sumira boa parte do que pudera engendrar.

Um augúrio orquestrado na rota de um pássaro migratório.