sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Posfácio do livro Campos errantes de Tere Tavares por Ornella Dina Mariani


Tere Tavares per Orenlla Dina Mariani

"Nessun Dio si fa vedere nel deserto che sogna la pioggia" Tere Tavares

Potrei estrapolare altre mille poesie così, da un suo racconto, incise nella leggerezza della sua prosa poetica che si adorna di poesia non per compiacimento o estetica ma perché la sua anima ne è intrinsecamente pervasa, imbevuta al punto da tracimare.
Il suo scrivere è quindi non solo prosa poetica ma poesia pura che si dilunga in descrizioni particolareggiate di stati d'animo come di anfratti marini, avvallamenti e sponde e rive dove la sua eroina cerca con noi la spiegazione di sé, del suo esistere in tanta luce. La Luce è la protagonista ultima e mai vinta e affiora ovunque. La si sente persino nella cadenza delle strofe che hanno una particolare calda cadenza. Luminosità aerea, vista prospettica dall'alto da un punto di vista filosofico, che la rende estranea agli avvenimenti pur vivendoli appieno.

Un sentire antico, aulico, quello di questa autrice brasiliana che rende i suoi personaggi devoti alla luce, quindi anche all'ombra, il suo immediato rovescio (la sera raggiunge sempre tutti) ma che ci parla di una Umanità migliorata da questo contatto intimo con la natura, i suoi segreti e le sue meravigliose protuberanze, che noi chiamiamo alberi, mare, foglie, fiori, tramonti e come ultimo fiore, la nostra anima.

Tere Tavares ha dentro un canto che vuole dedicare al mondo. E' un canto che parla della sua anima che negli anni ha guardato il mondo e il Il mondo è stato fermo ad osservarla. In questo mutuo scambio di sguardi c'è come un mutuo scambio di doni perché lei ha l' intima consapevolezza di capire il mondo e i suoi ingranaggi nascosti. Glieli ha suggeriti il vento, le spighe di grano, il sole cocente, il sole quando tramonta, la luna rotonda o quando è solo uno spicchio nel cielo nero. Lei sente dentro di sé cantare tutto questo e quando accade sente il tempo che è fermo e il suo silenzio rimbomba, esplode come quando in un cielo grigio c'è la saetta del tuono. Lei è Natura e si sente madre e figlia sua.

Non si capacita di come il mondo abbia dimenticato questa intima conoscenza, questa immersione rapida nell'arcano. Lei scrive poesie che parlano di questa sua patria d'elezione, scrive e dipinge tratti di questa sua visione. Uccelli, fiori, donne sono composti della stessa materia del sogno. Lei ritrae ma anche vola. Il pennello vola sulla tela e si posa come un uccello quando vuole mettersi a cantare. La mano corre sulla tastiera e compone versi come in preda ad una visione arcana. Lei meriterebbe un secolo meno violento, anche nel suo paese. Lei sente sulla pelle tutte le paure di questa storia tormentata. Lei non si nasconde ma trova rifugio nel suo mondo. Chi legge i suoi scritti ha come l'impressione di diventare come uno dei personaggi delle tele di Chagall: vola libero sui paesaggi dell'anima.

Non può fare a meno di dare questa sensazione di leggerezza, di maestosità, di visione dall'alto- Come aquila sorvola, come passero si posa, come rondine migra, come usignolo ella canta la sua vita e così canta anche quella del mondo intero.

 Ornella Dina Mariani - Lecca- Italia / Giugno/2018

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Tere Tavares por Ornella Dina Mariani

“Nenhum Deus se faz ver no deserto que sonha com a chuva”. Tere Tavares

Eu poderia extrair milhares de poemas assim de um dos seus contos, gravados na leveza de sua prosa poética que se adorna de poesia não pela satisfação ou estética mas porque sua alma está intrinsecamente imbuída de poesia, embebida ao ponto de transbordar.
Sua escrita é, portanto, não só prosa poética mas poesia pura que se detém em descrições detalhadas de estados de espírito como de profundezas marinhas, concavidades e encostas e margens onde a sua heroína procura conosco a explicação de si, do seu existir em tanta luz. A luz é a protagonista final, jamais vencida e aparece por toda a parte. Pode-se senti-la até na cadência das estrofes que possuem uma cadência calorosa e especial. Luminosidade aérea, vista prospectiva do alto de um ponto de vista filosófico, que a torna estranha aos acontecimentos apesar de vivê-los plenamente.
Sentimento antigo, solene, o desta autora brasileira que faz seus personagens devotos da luz, portanto também da sombra, seu reverso imediato (a noite sempre atinge a todos) mas que nos fala de uma Humanidade melhorada por este contato íntimo com a natureza, seus segredos e suas maravilhosas protuberâncias, que chamamos árvores, mares, folhas, flores, pores do sol e, como última flor, a nossa alma.  
Tere Tavares traz em si um canto que quer dedicar ao mundo.
É um canto que fala de sua alma que ao longo dos anos observou o mundo e o mundo ficou parado a observá-la. Nesta mútua troca de olhares há uma espécie de troca de presentes porque ela tem a íntima consciência de compreender o mundo e suas engrenagens ocultas. Sugeriram isto a ela o vento, as espigas de cereais, o sol escaldante, o sol poente, a lua redonda ou quando é somente um gomo no céu negro. Ela ouve isso tudo cantar em seu interior e quando é o caso ouve o tempo que se acha parado e seu silêncio ecoa, explode como quando há o relâmpago do trovão num céu cinzento. Ela é natureza e da natureza se sente mãe e filha.  
Não entende como foi que o mundo esqueceu esta compreensão íntima, esta imersão rápida no arcano. Ela escreve poemas que falam de sua terra favorita, escreve e pinta a partir desta sua visão. Pássaros, flores, mulheres, são compostos com o próprio material do sonho. Ela retrata, mas também voa. O pincel voa sobre a tela e pousa como um pássaro quando quer cantar. A mão corre sobre o teclado e compõe versos como tomada por uma visão arcana. Ela mereceria um século menos violento, também em sua terra. Ela sente na pele todos os medos dessa história atormentada. Ela não se esconde, mas encontra refúgio no seu mundo. Quem lê os seus escritos tem a impressão de se tornar como um dos personagens das telas de Chagal: voa livre sobre paisagens da alma.
Não pode deixar de dar esta sensação de leveza, de grandiosidade, de visão do alto.
Como águia sobrevoa, como pássaro pousa, como andorinha migra, como rouxinol ela canta sua vida e assim canta igualmente a do mundo inteiro.

Ornella Dina Mariani – Lecca- Itália – Junho de 2018
Tradução por: João Batista Esteves Alves/RJ







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