quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Ascendência e Declínio

Participante da Revista de Portugal EisFluências edição de agosto 2017

http://www.carmovasconcelos-fenix.org/revista/eisFluencias/48-Ago17/eisFluencias_Ago_2017_7_48-79.htm

ASCENDÊNCIA E DECLÍNIO
Por Tere Tavares

Faz frio. As plantas dormem. O tom cinza dos dias determina o horizonte. Os frutos, contrários à neblina, suplicam lentidões. As asperezas do solo são quase ingratas às árvores talhadas, minguantes às seivas que choram os sulcos das geadas. Só querem um espaço para saciarem a premência de nascerem de outra forma, noutra estação. Falta-lhes o calor, a claridade, a umidade desmedida. Tudo se recolhe num sem rumo de existências, como se findasse a todo o momento. O degelo tarda. Torna inútil o plantio, mesmo que justificando alguma vida.
Rosália, a moça das luminárias inapagáveis, não desaquece o coração: “Queria que me visses hoje, os mesmo lábios onde, julguei, os teus coubessem. O mesmo ventre que acarinhaste, como se a minha alma fosse a tua incorrigível distância. Não fosse a prepotência, essa ignorância a fazer-te Deus, saberias das circularidades, saberias que és como eu, apenas um esqueleto recoberto de uma sonhada carne amorosa”.

Minha gratidão à EisFluências.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Na ternura das horas - livro de ensaios de Tere Tavares




Apresento, com muita alegria, o livro "Na ternura das horas" desenvolvido nos últimos quatro anos no gênero literário Ensaios. 

A ilustração da capa é de minha autoria. As ilustrações internas também! 

Convido a todos (as) amigos (as) a comparecerem no lançamento, no próximo dia 12 de setembro de 2017, na Biblioteca Pública - Paço das Artes, a partir das 19 horas.

Aos apoiadores Academia Cascavelense de Letras, Biblioteca Pública Municipal Sandálio Dos Santos, Secretaria da Cultura, Projeto Livrai-nos na pessoa de Regina Sperança, meu agradecimento.

Pedidos podem ser feitos diretamente com a autora via mensagem pelo e-mail: t.teretavares@gmail.com
ou mensagem in box pelo Facebook:https://www.facebook.com/tere.tavares.1

Tudo está compreendido dentro da programação e convite acima que reproduzo a seguir
Academia Cascavelense de Letras e seus Parceiros:
Secretaria da Cultura - Biblioteca Pública - e o Projeto
Livrai-nos, convidam para o mês da Literatura em
Cascavel.
I. Primavera das Letras/ Parcerias Poéticas XIX / Ano X, de 04 a 29 de Setembro na Biblioteca Pública Sandálio dos Santos, no Palácio das Artes.
II. Dia 12/09/ Abertura Oficial, Sarau e Lançamento do livro de Ensaios da escritora e artista plástica Tere Tavares. "Na Ternura das Horas" (Ensaios).
III. Dia 29/09: Dia Municipal da Leitura - Vasta programação o dia inteiro até as 19 horas na Biblioteca.

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Livro Vozes & Recortes de Tere Tavares agora em e-book

O livro de contos "Vozes & Recortes" (Editora Penalux 2015), para muita honra e alegria minha, acaba de ser editado em e-book pelos amigos de Lisboa, PT, Carmo Vasconcelos e Henrique L. Ramalho - Dois expoentes máximos da produção e divulgação da Literatura Mundial cujas biobibliografias falam por si só.
A eles tributo toda minha admiração e gratidão.
Para leitura acessem o link desta postagem.
Carmo Vasconcelos
Membro Vitalício da International Writers and Artists Association - IWA, Toledo, Ohio/USA; Embaixadora Internacional do Movimento de União Cultural - Taubaté, Brasil; Medalha da Paz/CONINTER; Comenda Conde de Figueiró/Embaixada da Poesia; Membro Universal Circle of Ambassadors of Peace - France & Suisse; Mulher do Ano 2015/Embaixada da Poesia; Embaixadora Internacional e Imortal/AVLAC; medalha de Mérito Cultural/Curitiba - Brasil 2015; Prémio "Cultivo da Paz - Hiroshima 70 Anos", do Movimento União Cultural; Comenda da Embaixada da Poesia/AVLAC;Honra ao Mérito "Carlos Drummond de Andrade" (AVLAC); Mérito "Prata da Casa" da AVLAC;PrémioS ZAP 2009/2010/2012/ 2015 - pela Presidente do Projeto "ZAP", Elizabeth Misciasci; Académico Correspondente e Membro Honorário da Academia Pan-Americana de Letras e Artes-Rj-Brasil; Académica Imortal da Academia da Cultura Internacional da União Cultural, titular da cadeira número 7. Académica Imortal da Virtual Academia Poética Brasileira (como representante de Portugal);Prémio "MULHERES QUE TECEM O MUNDO" - Movimento União Cultural/2017
Henrique Lacerda Ramalho.
Coronel de Infantaria/Ref, integra vários Sites, Grupos Literários, e Redes Virtuais. Criador e WebDesigner das Antologias Culturais LOGOS e das Coletâneas de Arte e Literatura (Individuais) do seu site FÉNIX; WebDesigner da Revista Cultural eisFluências;da Revista LITTERAMUNDO do Movimento de União Cultural;da Antologia Internacional da Academia dos Poetas Acreanos;das Antologias "Mulheres pela PAZ" (Ausgburg- Alemanha)2015 e 2016. É Membro Vitalício da International Writers end Artists Association - IWA, Toledo, Ohio/USA; Supervisor Embaixador Internacional e ACADÊMICO IMORTAL DA ACADEMIA DA CULTURA INTERNACIONAL do Movimento União Cultural, titular da cadeira número 4 (Taubaté, Brasil); Medalha da Paz/CONINTER; Comenda Conde de Figueiró/Embaixada da Poesia; membro Universal Circle of Ambassadors of Peace; Prémio "Cultivo da Paz - Hiroshima 70 Anos", do Movimento de União Cultural; Comenda da Embaixada da Poesia/AVLAC; Honra ao Mérito "Carlos Drummond de Andrade" (AVLAC);Mérito "Prata da Casa" da AVLAC; Académico Correspondente e Membro Honorário da Academia Pan-Americana de Letras e Artes - RJ - Brasil.

domingo, 30 de julho de 2017

Participação na 26ª ANTOLOGIA LOGOS DA FÉNIX - JULHO 2017

Minha participação na 26ª ANTOLOGIA LOGOS DA FÉNIX - JULHO. 

Gratidão à Carmo Vasconcelos e Henrique L. Ramalho (de Lisboa) pela sempre amável recepção.



TEMPO DE LÍRIOS

Por Tere Tavares
E nem era primavera. Ajustou as meias e os cordões dos sapatos. O tom flamingo se espelhava em cada partícula da paisagem. Dialogando com as abstrações, o instinto persistente da consciência desprovido de qualquer disfarce. As formas brancas, curvas, de centros amarelos e perfumes inolvidáveis permaneciam num emudecido encontro com tudo. A intolerante pergunta era só mais um pássaro entre outros dez mil pássaros pousados em suas vestes. Porque tudo é encontro? A partir dali não haveria brisa.
Reconheceu de imediato o desassossego entrelaçado das árvores. Chegara, finalmente. E era como se também tivesse chegado o ardor pulsante do que não se extinguiria.
Quem sabe do regresso, quem pode dizer sobre o que parte e acorda da sombra, da saga vulgar dos impulsos, das substâncias e rupturas floridas da ilusão que, a cada irromper do amanhã, desprezam algo de si mesmas? Desabrochar é um vício necessário. Do espírito.
Haveria de se perder tantas vezes quantas fossem sublimadas as suas forças. Tinha a impressão de levar consigo mais do que lhe era possível.
Soprando de um lugar ignorado um retalho igualmente irreconhecível debruçava-se sobre a nudez da claridade – a segregação de tudo quanto era conhecido e tênue. “Talvez não fosse eu” disse sobriamente.
Tudo parecia se materializar a despeito das folhas caídas e dos anseios impacientes. No jardim, no instante lento e perplexo do luar, nem o pai, nem o irmão, nem os filhos. Só uma crédula brancura. A que, irredutivelmente, colhia na sinuosidade do próprio rosto.