PERMITO-ME APRESENTAR UMA SELEÇÃO QUE FIZ DOS MAIS BELOS POEMAS DA LITERATURA PARANAENSE ATUAL.
ESTRANHO
Seus relógios cujas têmporas já não são o que foram,
ligadas pelos ossos irredutíveis do tempo,
esse mistério, arca insigne que o acolhe.
Sílaba a silaba,
o raiar de uma página sobre a saliva do peito
a soletrar e escorregar por dentro
a tentativa de uma visão maior que um olhar.
As narinas das tintas esperando o dedilhar dos pomares,
dardejando ocultamente, numa ternura que o chamará de pássaro ou dragão.
que por fim se fará, sendo a sua própria naturalidade obstinada, circunscrita num acervo recluso – acordar miseravelmente numa palavra que ainda tem memória e insônia, sentir o choro e guardá-lo numa poça perene – a laringe.
TERE TAVARES, insigne Poetisa, em seu poema “ESTRANHO”, nos encanta com as suas belas metáforas.
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