Estamos distantes, mas juntos em pensamento. Sabemos, e como é triste sabermos, que nada, nada será como antes. E como é interminável essa normalidade que nos é subtraída continuamente, como um sino brutal a destoar da alegria.
Do abraço. Do aperto de mão. Da segurança que tínhamos antes de sermos algemados pela Covid-19. Que emboscada à vida. Que desfalecimento nos abate a cada vez que pensamos ousar mais um passo, uma saída. A vacina vai demorar.
Até lá, restamos, imbuídos de flores libertárias e desejos ressecados de mostrar o nosso rosto sem a máscara da derrota. Venceremos. Venceremos. Uma estranha felicidade nos embala até o dia seguinte, o mês seguinte, o ano seguinte? Quem sabe? Estamos vivos. E, por enquanto, é esse o nosso milagre.
Tere Tavares, Cascavel (PR)
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