segunda-feira, 22 de julho de 2019

Do que o círculo ouve

Arte: Tere Tavares

Elbiah não deixa nunca de finalizar a frase antes que o sono chegue.  Na sincronia do mar sua alma navega como uma canoa subtraída que talvez pouse numa praia inóspita e resgate uma aurora a descer com sonhos e impaciências no compasso em que dançam as ondas. Como se esperasse acostumada à ausência Elbiah agarra-se no sargaço que escurece a orla suporta maresias e ventos como um carinho gestado impregnando a pele das pedras. No engodo de suspender-se deixa-se ficar com o fervor dos veleiros esquecidos chamados uma mulher de sorte ou desejos ou cavalos de ébano. Não me furtei de ser-te o sonho infuso nem de sonhar-te. Chegarei a tempo de roçar as chuvas e aclarar-me nos teus gestos.

Tere Tavares
Na ternura das horas- ensaios- 2017

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Campos errantes no Potiguar Notícias

Campos errantes no Potiguar Notícias, Rio Grande do Norte.

Quem acompanha com olhar atento o panorama das artes e dos que a praticam com profundidade de intenções e pureza de objetivos, há de notar que vem aumentando a freqüência com que artistas que trafegam em outras modalidades da arte vêm se dedicando também à literatura. Não estamos nos referindo àquela longa tradição que inicialmente destaca o debate entre as artes irmãs, ou aquela acolhida nos estudos de literatura comparada sob o viés da comparação de uma literatura com outra ou outras, ou a comparação da literatura com diferentes esferas da expressão humana. Sobre isto muito já se escreveu por sinal. O que salientamos é a ocorrência, e cada vez com maior freqüência, de um verdadeiro amálgama, uma mescla da expressão artística de autores em variadas manifestações.
 
Belo exemplo de artista de múltiplos talentos é Tere Tavares que para além da pintura, pratica literatura de alta qualidade (com incursões no gênero de poesias, contos e prosa poética). Após vários livros e outras tantas exposições de seus belíssimos quadros, brinda-nos agora com o volume de textos em prosa poética que abordam dentre tantos aspectos de nossa sensibilidade e de nosso viver contemporâneo, verdadeiras pérolas de conscientização existencial. Mas que ninguém se engane quanto ao fruir dessa obra de características bastante peculiares. Não há textos ‘fáceis’, mastigados e de imediata assimilação. Demandam do leitor a cumplicidade com uma escrita cifrada em Flashes, como afirma Carlos Emílio Corrêa de Lima no Prefácio da obra: “Flashes, perfis- flashes. Um misticismo arcaico e esotérico que se fantasia de novas particularidades. ‘Captura da ancoragem’. Frases quase incompreensíveis - e o que é mais belo que isso? – em busca de psiques. A narrativa nunca é veio, mas se incorpora em forma de cantaria caligráfica, desepicentro amarelo de todas as cores móveis, água vidente de vias e rumos, tendões de água direcionada, de jatos cruzados vindos de todos os sentidos, uma nova prosa simbolista à vista da leitura, jogos pictóricos da linguagem, uma reciclagem de símbolos, uma linguagem com milhões de lados, uma poeira sonora de mitos porosos, desconexos, dos espaços regirados ao contrário do contrário”. Parece muito complexo? Não é. Passemos ao depoimento que nos dá Ornella Dina Mariani de Lecca na Itália em texto de Posfácio, síntese bastante pertinente sobre esta obra de Tere Tavares: uma “alma que está intrinsecamente imbuída de poesia, embebida a ponto de transbordar. Sua escrita é, portanto, não só prosa poética, mas poesia pura que se detém em descrições detalhadas de estados de espírito como de profundezas marinhas, concavidades e encostas e margens onde a sua heroína procura conosco a explicação de si, do seu existir em tanta luz”.
 
Destacamos nos trechos de Carlos Emílio Corrêa de Lima e Ornella Dina Mariani, algumas palavras: “flashes”, “estados de espírito” e “em busca de psiques”. Aí temos o que refletir, e muito. Nossa psicologia já admite que o nosso estado de consciência é fenômeno em continua elaboração construtiva ou destrutiva. Vivemos um período no qual o ser, entendido como unidade prioritariamente orgânica, cede lugar a complexas unidades psíquicas - com a mesma febre de criações (paixões), com a mesma monstruosidade de formas espirituais (erros, violências, mentiras), e com a mesma incerteza e instabilidade. Sim, por certo, é o que a olhos nus podemos observar. Período de monstruosas construções, repetimos. Mas por outro lado, parece emergir um lento trabalho subterrâneo de amadurecimento e de assimilação que se opera no mundo psíquico-social, dando lugar a que o equilíbrio estável e fechado do passado se precipite na revolução do modo de pensar. Não é a arte a suprema expressão da alma humana? E por qual razão o fenômeno artístico não possuiria também os seus ciclos, que outra coisa não são senão os ciclos do fenômeno psíquico?
 
Eis que, para espanto dos que não conseguem visualizar um boi se não o apalparem muito bem apalpado, surge inopinadamente – porque impositiva -, a febre da evolução e a insaciabilidade de nossa alma que são forças irresistíveis e universais, a nos impelir para mais alto. Como que uma lei invisível, que requer contínua dilatação do nosso psiquismo. Positivamente encontramo-nos em um momento em que não é mais possível fugir ao dilema: ou compreender ou se exterminar. Não estamos falando de problemas abstratos, religiosos, ideológicos ou teóricos. Mas de uma problemática social e individual concreta. Problema de vida e morte, porque nossa ignorância constitui nossa impotência, e não atinamos ainda em desenvolver uma vontade cada vez mais viril, uma inteligência sempre mais aguçada, e um coração cada vez mais sensível e aberto. Uma equação muito simples se impõe para a nossa macacada: aceitar uma vida bestial ou lutar pela civilização da humanidade. Essa a vitória ‘biológica’ que a evolução impõe nesse momento histórico. E peço desculpas aos leitores por esse desabafo virulento. Foram pensamentos como esses que se desencadearam em meu ser após ler os textos de “Campos errantes”. Querem ver? Apenas um: “Magno”.
 
"A gélida laje me traz algumas anotações desconexas, leões dormindo em árvores, caçadores à espreita, convites aceitáveis, uma frase de Simone de Beauvoir, uma inconsistência que atrapalha as formulações exitosas e a seguir desaparece. Ando ao contrário para estar no lugar certo. A perspectiva é persuasiva. Sou transitório, musical como as cachoeiras. Somente quem transmite confiança torna-se confiável. Magno luta por qualquer migalha de entusiasmo que possa captar; em si, estão presentes as leituras graduadas, as interpretações retorcidas como escadas em caracol, o brevíssimo culminar das tragédias, o argumento, o brio, as armadilhas perpétuas e póstumas de alguém que, insaciavelmente, investiga-se ou é investigado.
 
Magno transita pelas abreviaturas liquefeitas em sua derme de ostra – um traje cravado e quase inorgânico. Distingue-se pelo que pensa e desguarda-se do desastre, como o que lê num papel amassado: ‘A formosura, embora todo o seu fascínio, pesa como uma paixão consoante ao desconforto. Todas as mulheres são lindas e lidas – são a deriva e a derivação, o refúgio e o desespero, os encantos que eternizam: meros detalhes de composição, de um confrontável pensamento a circular em acordes de fôlego e talento. Precisamos de novas e inovadoras referências. Estar no padrão ditado pelos falsos autores da beleza – não é tão simples carregá-la – que nos querem atrair em seus próprios claustros: meandros subjacentes que não reconhecemos porque profundamente cruéis e ilegítimos’. 
 
Num fragmento chamado casa, Magno recebe um broto esculpido pela Lua que embala a noite lúdica. As pedras, as plantas e tudo o que vive sussurram simbologias para lhe indicarem a fecundidade que se espalha como as penas quando retiradas dos travesseiros. ‘Sou ilha irredutível e tudo me é afiançável quando colho com os sentimentos os valores naturais, os enovelamentos do farfalhar planetário. À demanda do dia e às manhãs noturnas. Emociona-me essa evidência costurada em ciclo inicial, fatídico, como se todas as coisas falassem dos distúrbios por percorrer. O sentido dessa expectativa de vida após a vida não é algo que se possa traduzir racionalmente. Sob o fulcro da razão, as únicas e impalpáveis deduções – colocando nisso as fraquezas, dogmas, polêmicas e complexidades – são as que nos permitem alcançar expansões que fogem do absoluto e do definitivo; a incansável busca é o fecho, o resquício último de alguma réplica plausível. Quando nada me socorre, me lembro de Deus. Há de me guiar o Sol ao crepitar das borboletas. E me instruir sobre como captar a estridência dos grilos’”.
 
Voltemos finalmente ao Posfácio de Ornella Dina Mariani. Forçoso concordar com ela quanto ao trabalho que a autora realizou e que “nos fala de uma humanidade melhorada por este contato íntimo com a natureza, seus segredos e suas maravilhosas protuberâncias, que chamamos árvores, mares, folhas, flores, pores de sol e, como última flor, a nossa alma. Os “Campos errantes” da senhora Tere Tavares nos levam a pensar no Absoluto, aquela verdade escrita em nosso mais potente instinto, na nossa aspiração maior que é a de subir sem limites, subir eternamente.
 
SERVIÇO
Livro: “Campos errantes”, contos de Tere Tavares. Editora Penalux, Guaratinguetá – SP, 2018, 196p.
ISBN 978-85-5833-435-8

http://www.potiguarnoticias.com.br/noticias/40242/campos-errantes-a-busca-pelo-absoluto-no-livro-de-contos-de-tere-tavares


Meus agradecimentos aos editores.


domingo, 6 de janeiro de 2019

“Campos errantes”. A busca pelo Absoluto

“Campos errantes”. A busca pelo Absoluto
Por Krishnamurti Góes dos Anjos
Quem acompanha com olhar atento o panorama das artes e dos que a praticam com profundidade de intenções e pureza de objetivos, há de notar que vem aumentando a freqüência com que artistas que trafegam em outras modalidades da arte vêm se dedicando também à literatura. Não estamos nos referindo àquela longa tradição que inicialmente destaca o debate entre as artes irmãs, ou aquela acolhida nos estudos de literatura comparada sob o viés da comparação de uma literatura com outra ou outras, ou a comparação da literatura com diferentes esferas da expressão humana. Sobre isto muito já se escreveu por sinal. O que salientamos é a ocorrência, e cada vez com maior freqüência, de um verdadeiro amálgama, uma mescla da expressão artística de autores em variadas manifestações.
Belo exemplo de artista de múltiplos talentos é a senhora Tere Tavares que para além da pintura, pratica literatura de alta qualidade (com incursões no gênero de poesias, contos e prosa poética). Após vários livros e outras tantas exposições de seus belíssimos quadros, brinda-nos agora com o volume de textos em prosa poética que abordam dentre tantos aspectos de nossa sensibilidade e de nosso viver contemporâneo, verdadeiras pérolas de conscientização existencial. Mas que ninguém se engane quanto ao fruir dessa obra de características bastante peculiares. Não há textos ‘fáceis’, mastigados e de imediata assimilação. Demandam do leitor a cumplicidade com uma escrita cifrada em Flashes, como afirma Carlos Emílio Corrêa de Lima no Prefácio da obra: “Flashes, perfis- flashes. Um misticismo arcaico e esotérico que se fantasia de novas particularidades. ‘Captura da ancoragem’. Frases quase incompreensíveis - e o que é mais belo que isso? – em busca de psiques. A narrativa nunca é veio, mas se incorpora em forma de cantaria caligráfica, desepicentro amarelo de todas as cores móveis, água vidente de vias e rumos, tendões de água direcionada, de jatos cruzados vindos de todos os sentidos, uma nova prosa simbolista à vista da leitura, jogos pictóricos da linguagem, uma reciclagem de símbolos, uma linguagem com milhões de lados, uma poeira sonora de mitos porosos, desconexos, dos espaços regirados ao contrário do contrário”. Parece muito complexo? Não é. Passemos ao depoimento que nos dá Ornella Dina Mariani de Lecca na Itália em texto de Posfácio, síntese bastante pertinente sobre esta obra de Tere Tavares: uma “alma que está intrinsecamente imbuída de poesia, embebida a ponto de transbordar. Sua escrita é, portanto, não só prosa poética, mas poesia pura que se detém em descrições detalhadas de estados de espírito como de profundezas marinhas, concavidades e encostas e margens onde a sua heroína procura conosco a explicação de si, do seu existir em tanta luz”.
Destacamos nos trechos de Carlos Emílio Corrêa de Lima e Ornella Dina Mariani, algumas palavras: “flashes”, “estados de espírito” e “em busca de psiques”. Aí temos o que refletir, e muito. Nossa psicologia já admite que o nosso estado de consciência é fenômeno em continua elaboração construtiva ou destrutiva. Vivemos um período no qual o ser, entendido como unidade prioritariamente orgânica, cede lugar a complexas unidades psíquicas - com a mesma febre de criações (paixões), com a mesma monstruosidade de formas espirituais (erros, violências, mentiras), e com a mesma incerteza e instabilidade. Sim, por certo, é o que a olhos nus podemos observar. Período de monstruosas construções, repetimos. Mas por outro lado, parece emergir um lento trabalho subterrâneo de amadurecimento e de assimilação que se opera no mundo psíquico-social, dando lugar a que o equilíbrio estável e fechado do passado se precipite na revolução do modo de pensar. Não é a arte a suprema expressão da alma humana? E por qual razão o fenômeno artístico não possuiria também os seus ciclos, que outra coisa não são senão os ciclos do fenômeno psíquico?
Eis que, para espanto dos que não conseguem visualizar um boi se não o apalparem muito bem apalpado, surge inopinadamente – porque impositiva -, a febre da evolução e a insaciabilidade de nossa alma que são forças irresistíveis e universais, a nos impelir para mais alto. Como que uma lei invisível, que requer contínua dilatação do nosso psiquismo. Positivamente encontramo-nos em um momento em que não é mais possível fugir ao dilema: ou compreender ou se exterminar. Não estamos falando de problemas abstratos, religiosos, ideológicos ou teóricos. Mas de uma problemática social e individual concreta. Problema de vida e morte, porque nossa ignorância constitui nossa impotência, e não atinamos ainda em desenvolver uma vontade cada vez mais viril, uma inteligência sempre mais aguçada, e um coração cada vez mais sensível e aberto. Uma equação muito simples se impõe para a nossa macacada: aceitar uma vida bestial ou lutar pela civilização da humanidade. Essa a vitória ‘biológica’ que a evolução impõe nesse momento histórico. E peço desculpas aos leitores por esse desabafo virulento. Foram pensamentos como esses que se desencadearam em meu ser após ler os textos de “Campos errantes”. Querem ver? Apenas um: “Magno”.
"A gélida laje me traz algumas anotações desconexas, leões dormindo em árvores, caçadores à espreita, convites aceitáveis, uma frase de Simone de Beauvoir, uma inconsistência que atrapalha as formulações exitosas e a seguir desaparece. Ando ao contrário para estar no lugar certo. A perspectiva é persuasiva. Sou transitório, musical como as cachoeiras. Somente quem transmite confiança torna-se confiável. Magno luta por qualquer migalha de entusiasmo que possa captar; em si, estão presentes as leituras graduadas, as interpretações retorcidas como escadas em caracol, o brevíssimo culminar das tragédias, o argumento, o brio, as armadilhas perpétuas e póstumas de alguém que, insaciavelmente, investiga-se ou é investigado.
Magno transita pelas abreviaturas liquefeitas em sua derme de ostra – um traje cravado e quase inorgânico. Distingue-se pelo que pensa e desguarda-se do desastre, como o que lê num papel amassado: ‘A formosura, embora todo o seu fascínio, pesa como uma paixão consoante ao desconforto. Todas as mulheres são lindas e lidas – são a deriva e a derivação, o refúgio e o desespero, os encantos que eternizam: meros detalhes de composição, de um confrontável pensamento a circular em acordes de fôlego e talento. Precisamos de novas e inovadoras referências. Estar no padrão ditado pelos falsos autores da beleza – não é tão simples carregá-la – que nos querem atrair em seus próprios claustros: meandros subjacentes que não reconhecemos porque profundamente cruéis e ilegítimos’.
Num fragmento chamado casa, Magno recebe um broto esculpido pela Lua que embala a noite lúdica. As pedras, as plantas e tudo o que vive sussurram simbologias para lhe indicarem a fecundidade que se espalha como as penas quando retiradas dos travesseiros. ‘Sou ilha irredutível e tudo me é afiançável quando colho com os sentimentos os valores naturais, os enovelamentos do farfalhar planetário. À demanda do dia e às manhãs noturnas. Emociona-me essa evidência costurada em ciclo inicial, fatídico, como se todas as coisas falassem dos distúrbios por percorrer. O sentido dessa expectativa de vida após a vida não é algo que se possa traduzir racionalmente. Sob o fulcro da razão, as únicas e impalpáveis deduções – colocando nisso as fraquezas, dogmas, polêmicas e complexidades – são as que nos permitem alcançar expansões que fogem do absoluto e do definitivo; a incansável busca é o fecho, o resquício último de alguma réplica plausível. Quando nada me socorre, me lembro de Deus. Há de me guiar o Sol ao crepitar das borboletas. E me instruir sobre como captar a estridência dos grilos’”.
Voltemos finalmente ao Posfácio da senhora Ornella Dina Mariani. Forçoso concordar com ela quanto ao trabalho que a autora realizou e que “nos fala de uma humanidade melhorada por este contato íntimo com a natureza, seus segredos e suas maravilhosas protuberâncias, que chamamos árvores, mares, folhas, flores, pores de sol e, como última flor, a nossa alma. Os “Campos errantes” da senhora Tere Tavares nos levam a pensar no Absoluto, aquela verdade escrita em nosso mais potente instinto, na nossa aspiração maior que é a de subir sem limites, subir eternamente.
Livro: “Campos errantes”, contos de Tere Tavares. Editora Penalux, Guaratinguetá – SP, 2018, 196p.
ISBN 978-85-5833-435-8

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Campos errantes



Caras amigas, amigos, leitores e leitoras,

Nestes tempos onde o valor da cultura tem sido tão questionado, nada melhor do que estimular quem produz conteúdo cultural. O escritor é um braço forte da nossa cultura. Com a nossa escrita, ajudamos a dar energia e a impulsionar as atividades culturais em nosso país. Mas contamos com o apoio de quem valoriza a Cultura e a Literatura. É por essa razão que estou apresentando meu novo livro de contos, “Campos Errantes”, publicado pela Editora Penalux, que já o colocou à venda em sua livraria
on-line. Mas aqueles que comigo comprarem o livro receberão uma dedicatória especial. Para mais informações basta me procurar pelo inbox do Facebook:
https://www.facebook.com/tere.tavares.1 ou pelo e-mail: t.teretavares@gmail.com.




Estão comigo nesse livro o escritor Carlos Emílio C. Lima, autor do prefácio, Ornella Dini Mariani e Dorotea Duval, com os posfácios, o tradutor João Esteves e a revisora Claudia Manzolillo.

Minha gratidão a todos!




Fortuna Crítica, algumas leituras:

Antonio De Jesus Anjes
Uau! Minha amiga e confreira muito especial, cultiva o invejável dom de semear arte por todos os poros. A gente pisca os olhos e quando abre, enxerga novidades pictóricas e/ou literatura que nasce da sua fértil mente criativa. Quero o meu com a prometida dedicatória! Sucesso, Tere!

Miguel Das Neves
Campos errantes...bonito nome... parabéns.



Teresa Cristina
Tere Tavares também adorei este titulo...parece-me que estamos em "campos errantes" ao buscarmos o Belo e o Bem.

Francisco da Cunha
Que tenha todo o sucesso pela sua garra de ficcionista, além de pintora, seja colimado e posso já antever com alegria que tudo isso se realizará tanto no Brasil quanto no exterior A sua ficção se nutre de dois pilares básicos a uma literatura de qualidade : 1) a força do poético; 2) a força da linguagem que se renova e nos surpreende a todo instante no decorrer da leitura. Ler a sua ficção é como se estivéssemos lendo um grande poema e é dessa combinação da poesia e do imaginário que se sustentam as suas narrativas. Grande abraço, Tere Tavares.

Claudia Manzolillo
Sempre honrada em participar dos bastidores, de sua obra literária!

João Esteves
Pelos demais escritos da Tere Tavares, afianço sobre este que ainda não li: eu sei que vou gostar.

Andreia Surmani
Essa obra é de extremo bom gosto.. Tere Tavares está de parabéns!

Editora Penalux

Um ótimo presente para quem você gosta. E, por que não?, para si mesmo. Vale a pena.

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Meus livros de contos na Editora Penalux - Super oferta

Olá amigas. amigos, leitores e leitoras.
Aproveitem a oportunidade de ter ou presentear alguém com um exemplar de meus livros de contos que estão em oferta na Editora Penalux. Não percam!

Basta acessar os links abaixo:

Vozes & Recortes:
http://editorapenalux.com.br/loja/index.php?route=product/search&search=vozes%20%26%20recortes

A licitude dos olhos:
http://editorapenalux.com.br/loja/index.php?route=product/search&search=a%20licitude%20dos%20olhos


terça-feira, 10 de julho de 2018

Como escreve Tere Tavares

Agradeço à José Nunes De Cerqueira Neto pelo convite para entrevista publicada hoje no site
"Como eu Escrevo".

Foi uma experiência nova, agregadora e feliz, responder essa entrevista José Nunes De Cerqueira Neto. Tu desenvolves um belo trabalho, um acervo para a Literatura e a Arte que abrange não apenas o Brasil, mas o Mundo todo. 
Convido amigas e amigos para leitura nesse link:
https://comoeuescrevo.com/tere-tavares/

https://comoeuescrevo.com/
Abraço a todos.

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Ver se




Arte; Tere Tavares

Ver se
De si. Ramo e planta. Passou a manhã entre um pesadelo e um devaneio. Algo viera lhe embaraçar o dia. Outro de muitos em que já se vira. O que não queria que lhe acontecesse. Não dependia de seu pensar ou de seu agir. Sentia-se mínima. Aceitação: o único unguento que lhe sobrava. Esticava sua revolta sobre a perda. Sobre o zimbro, o desejo. Olhava o céu rasgado pelos edifícios. A fuligem a deixar tudo mais cinza. Irrespirável. Quase como a sua roupa de atriz. Imaginava. Como seria o depois? Cortou as unhas da noite. Evitou o sono. Por pouco, não se deixava seduzir pela morte. Que paz maior poderia haver do que uma noite em que dormisse todo o avivamento? Quanto lhe custava subsistir aos sucessivos favores! Como queria substituí-los! Quanto não suportava ver o que via! E, ainda assim, almejar a visão total. Entregando-se ao mundo quase como um Cristo. Um fio de ouro inconcluso lhe punha mais luz, e quanta no olhar: Melra. Os olhos acesos. Um desalinho. Os olhos abertos. Melra. Os olhos nos olhos. Melra. Os olhos nus. Melra. Os olhos sem final. Os olhos sem. Os olhos. Melra. Os olhos intermináveis. Melra. Os olhos originais. Melra. Os desvendados. Melra.  Os olhos sempiternos.


do livro "A licitude dos olhos" Contos - Editora Penalux 2016.

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Participação na Fénix - Edição Extraordinária - Mulheres pela Paz - 2018



Meu poema de participação na EDIÇÃO FÉNIX, EXTRAORDINÁRIA DE MARÇO/ 2018 com o tema "Mulheres pela Paz" - Colaboração da FÉNIX com a ESCRITORA E POETISA ALEXANDRA MAGALHÃES ZEINER - Coordenadora DO DIA INTERNACIONAL DA MULHER em AUGSBURG-ALEMANHA. Colaborei também como artista plástica nessa mesma edição em algumas páginas. Cliquem no link da Revista, liguem o som.
http://www.carmovasconcelos-fenix.org/…/PAZ-20…/PAZ-2018.htm
Carmo Vasconcelos e Henrique L. Ramalho, editores à frente dessa primorosa obra artístico-literária, meus profundos agradecimentos.Agradeço também à poetisa Alexandra Magalhães Zeiner pela parceria.
Cumprimento e parabenizo a todas e todos pelas participações.
Boa leitura.
PERCEPÇÃO E GESTO
esses galhos diluídos
nas confusas idoneidades
lembram-me dos dias negros
em que as mulheres são tangidas à estagnação
como se inscrever-se no grande livro da humanidade
fosse florir para baixo
as movimentações se executam largamente
e não imploram apenas por justiça e paz
mas por estruturas de amor
que seja consonância esse clamor
endossado por todas as consciências
é imperioso reordenar a agudeza da fala
a esterilidade do silêncio
porque no mundo
só a abrangência feminina
é capaz de assumir o tempo
e acalentar a vida.
Tere Tavares
Cascavel - Paraná - Brasil

Página 45 com o poema acima.
Páginas 59 e 63 com as pinturas "A mulher e os colibris" e "Quando as cores sonham".



"A Mulher e os Colibris" técnica mista - 2018 By Tere Tavares

 "Quando as cores sonham" - Aquarela- 2016 - By Tere Tavares